No meio da Floresta Amazônica, às margens do Rio Tapajós, perto de Santarém, está Alter do Chão. O nome foi dado por portugueses, que em 1626 fundaram a vila no antigo território dos índios Tapajós ou Tapaius. Como em quase todo o país, o lugar tem uma história triste de aldeias indígenas atacadas e habitantes dizimados. Mas hoje é um dos destinos turísticos mais originais do Brasil.
Pela janela do avião, é possível admirar parte da imensidão da Bacia Amazônica. E o mais interessante: as praias de areias finas e brancas que se formam às margens dos rios entre agosto e janeiro, época da vazante.
Mesmo o Brasil tendo cerca de 8 mil km de praias oceânicas, em 2009 o jornal inglês The Guardian achou por bem eleger a praia de Alter do Chão como a mais bela do Brasil. É uma opinião como qualquer outra, mas que serviu pra chamar atenção para o lugar.
No período da chuva, a “mais bela do Brasil” fica sob as águas. Mas na seca surgem grandes bancos de areia, onde pessoas e pássaros apreciam passar horas preguiçosas.
O Rio Tapajós é o único afluente do Amazonas com águas cristalinas. O PH ácido impede a proliferação de mosquitos. E as ondas que quebram na areia, aliadas à imensidão das águas, fazem o visitante se esquecer de que está numa praia de rio.
A Praia do Cajueiro honra o nome. O visitante pode colher a fruta à vontade, tanto da espécie amarela quanto da vermelha. Delícia.
Barqueiros levam para passeios pelas redondezas, subindo e descendo igarapés e buscando algum restaurante escondido na selva.
À noite, depois da praia, é hora de comer tapioca e tomar sorvete no centrinho da vila. Na praça, é possível encontrar mochileiros que oferecem massagem nos pés ou um dedo de prosa.
Quando estivemos lá, jovens moradores preparavam a Primeira Mostra de Arte Indígena do Tapajós, envolvendo todos os povos da região.
E Betânia, do restaurante Siriá, nos brindou com ótimas e atraentes refeições vegetarianas. Depois de se deliciar com os peixes amazônicos nos restaurantes locais, vale a pena variar. Um pouco mais adiante, outra boa pedida são os hamburgueres XBom.
A Araribá é uma das mais completas lojas de artesanato indígena do país. Tem peças de cerca de 80 etnias. Remos, enfeites, cestaria, cerâmica, instrumentos musicais… a oferta é grande.
Passear pelas ruas, visitar lojinhas de artesanato e de procutos locais são outras boas maneiras de passar o tempo.
A faixa de areia da Ilha do Amor, em frente ao hotel, tem barraquinhas de comes e bebes. E uma grande vantagem: mesmo na alta temporada, embora seja bastante central, a frequência não é alta.
Aliás, além da beleza, essa é a maior qualidade de Alter do Chão: a pouca afluência, talvez devido à “falta do que fazer”. Quando souberam que estávamos lá há vários dias, hospedes do hotel nos perguntaram: fazendo o quê?
A vontade foi citar Manoel de Barros: quando meus olhos estão sujos de civilização, cresce por dentro deles um desejo de árvores e aves.
E de brincadeiras: no passeio pela selva foi impossível resistir à folha vermelha com formato de boca.
Vi,vibrei, vislumbrando visita...
ResponderExcluirÓtimo.
ResponderExcluirBelíssimas imagens Cláudia! É mesmo um lugar inesquecível!!
ResponderExcluirOi, Claudia,
ResponderExcluirAs suas fotoreportagens são em grande, como se diz em Portugal, que aliás está a merecer uma em breve, não acha? O difícil será escolher na Terrinha, qual o sítio a ser privilegiado, pelo duplo olhar, da máquina e seu, fortes em antropologia e estética.
PARABÉNS outra vez!
Bj.,
Mauricio Murad
Que beleza de lugar, Claudia!
ResponderExcluirBeijos e parabéns pelo seu texto que sempre é muito bom!
Oi, Cláudia,
ResponderExcluirBrigadinha pela atenção e "carona" nas suas viagens. Belíssimo trabalho. Valeu!!!
Beijos e flores "procês"
Maria Lúcia
Olá querida,
ResponderExcluirJá estive por lá e é um paraíso de sonhos de tanta largura do rio. Tenho uma foto de lá como meu fundo de tela do computador.
Um abraço com afeto,
Aninha
Cláudia querida,
ResponderExcluirComo sempre as suas viagens são encantadoras, com informações ricas de imagens e conteúdo, lembrar de Manoel de Barros mostra a sensibilidade de observadora. Abraços e beijos
Vera Araújo
Bacana, Cláudia.
ResponderExcluirAlter do Chão é uma joia, concorda?
Abs,
Ed
Adorei, Cláudia! Saudades d"Alter...
ResponderExcluirBeijos,
Telma
Revi. De novo o prazer de ler e ver. E a vontade enormeeee de lá ir./valéria villela
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