sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Alter do Chão, a mais bela

No meio da Floresta Amazônica, às margens do Rio Tapajós, perto de Santarém, está Alter do Chão. O nome foi dado por portugueses, que em 1626 fundaram a vila no antigo território dos índios Tapajós ou Tapaius. Como em quase todo o país, o lugar tem uma história triste de aldeias indígenas atacadas e habitantes dizimados. Mas hoje é um dos destinos turísticos mais originais do Brasil.

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Pela janela do avião, é possível admirar parte da imensidão da Bacia Amazônica. E o mais interessante: as praias de areias finas e brancas que se formam às margens dos rios entre agosto e janeiro, época da vazante.

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Mesmo o Brasil tendo cerca de 8 mil km de praias oceânicas, em 2009 o jornal inglês The Guardian achou por bem eleger a praia de Alter do Chão como a mais bela do Brasil. É uma opinião como qualquer outra, mas que serviu pra chamar atenção para o lugar.

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No período da chuva, a “mais bela do Brasil” fica sob as águas. Mas na seca surgem grandes bancos de areia, onde pessoas e pássaros apreciam passar horas preguiçosas.

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O Rio Tapajós é o único afluente do Amazonas com águas cristalinas. O PH ácido impede a proliferação de mosquitos. E as ondas que quebram na areia, aliadas à imensidão das águas, fazem o visitante se esquecer de que está numa praia de rio.

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A Praia do Cajueiro honra o nome. O visitante pode colher a fruta à vontade, tanto da espécie amarela quanto da vermelha. Delícia.

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Barqueiros levam para passeios pelas redondezas, subindo e descendo igarapés e buscando algum restaurante escondido na selva.

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À noite, depois da praia, é hora de comer tapioca e tomar sorvete no centrinho da vila. Na praça, é possível encontrar mochileiros que oferecem massagem nos pés ou um dedo de prosa.

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Quando estivemos lá, jovens moradores preparavam a Primeira Mostra de Arte Indígena do Tapajós, envolvendo todos os povos da região.

E Betânia, do restaurante Siriá, nos brindou com ótimas e atraentes refeições vegetarianas. Depois de se deliciar com os peixes amazônicos nos restaurantes locais, vale a pena variar. Um pouco mais adiante, outra boa pedida são os hamburgueres XBom.

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A Araribá é uma das mais completas lojas de artesanato indígena do país. Tem peças de cerca de 80 etnias. Remos, enfeites, cestaria, cerâmica, instrumentos musicais… a oferta é grande.

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Passear pelas ruas, visitar lojinhas de artesanato e de procutos locais são outras boas maneiras de passar o tempo.

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A faixa de areia da Ilha do Amor, em frente ao hotel, tem barraquinhas de comes e bebes. E uma grande vantagem: mesmo na alta temporada, embora seja bastante central, a frequência não é alta.

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Aliás, além da beleza, essa é a maior qualidade de Alter do Chão: a pouca afluência, talvez devido à “falta do que fazer”. Quando souberam que estávamos lá há vários dias, hospedes do hotel nos perguntaram: fazendo o quê?

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A vontade foi citar Manoel de Barros: quando meus olhos estão sujos de civilização, cresce por dentro deles um desejo de árvores e aves.

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E de brincadeiras: no passeio pela selva foi impossível resistir à folha vermelha com formato de boca.

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11 comentários:

  1. Vi,vibrei, vislumbrando visita...

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  2. Belíssimas imagens Cláudia! É mesmo um lugar inesquecível!!

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  3. Oi, Claudia,
    As suas fotoreportagens são em grande, como se diz em Portugal, que aliás está a merecer uma em breve, não acha? O difícil será escolher na Terrinha, qual o sítio a ser privilegiado, pelo duplo olhar, da máquina e seu, fortes em antropologia e estética.
    PARABÉNS outra vez!
    Bj.,
    Mauricio Murad

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  4. Que beleza de lugar, Claudia!
    Beijos e parabéns pelo seu texto que sempre é muito bom!

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  5. Oi, Cláudia,
    Brigadinha pela atenção e "carona" nas suas viagens. Belíssimo trabalho. Valeu!!!
    Beijos e flores "procês"
    Maria Lúcia

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  6. Olá querida,
    Já estive por lá e é um paraíso de sonhos de tanta largura do rio. Tenho uma foto de lá como meu fundo de tela do computador.
    Um abraço com afeto,
    Aninha

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  7. Cláudia querida,
    Como sempre as suas viagens são encantadoras, com informações ricas de imagens e conteúdo, lembrar de Manoel de Barros mostra a sensibilidade de observadora. Abraços e beijos
    Vera Araújo

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  8. Bacana, Cláudia.
    Alter do Chão é uma joia, concorda?
    Abs,
    Ed

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  9. Adorei, Cláudia! Saudades d"Alter...
    Beijos,
    Telma

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  10. Revi. De novo o prazer de ler e ver. E a vontade enormeeee de lá ir./valéria villela

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