segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Itália, museu a céu aberto: Veneza, a Sereníssima

Thomas Mann a chamou “a mais inverossímil das cidades”. Construída a partir do século V sobre aterros ligando centenas de ilhotas numa laguna do mar Adriático, a originalidade e a beleza da antiga República Sereníssima de Veneza impactam fortemente o visitante.

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A cidade ultrapassa a capacidade imaginativa do sonhador mais fantasioso, escreveu Charles Dickens. Basta saber que os palácios e demais construções se apoiam em pilares de madeira, ali colocados há séculos, e que não apodrecem porque não têm contato com o ar.

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Pensar que aquelas magníficas construções estão há centenas de anos apoiadas em toras de madeira é mesmo inverossímil, como disse o autor de “A montanha mágica”.

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            O rendilhado da arquitetura do Palácio dos Doges, na Praça de São Marcos, é uma bela amostra do gótico veneziano.

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Na Praça de São Marcos há muito para ser visto, como a Torre do Relógio, o Palácio Ducal e a Basílica de São Marcos. Se quiser conhecê-los por dentro, atente ao horário de funcionamento.

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  É na praça - onde também fica a coluna do Leão Alado, símbolo da cidade - que os turistas se reúnem. Em quantidades espantosas.

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Lá é onde, à noite, tudo acontece. Há bares com mesas ao ar livre e música ao vivo, e a atmosfera romântica da cidade se acentua.

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A lua cheia ilumina as gôndolas atracadas…                                                               … e as pontes sobre os canais.

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Mas tanta beleza e romantismo estão ameaçados. Especialistas afirmam que a cidade está afundando cerca de dois milímetros por ano. Outro perigo é o aquecimento global, que eleva o nível dos oceanos. Além disso, Veneza sente periodicamente os efeitos da “acqua alta”, marés que inundam partes da cidade – especialmente a Praça de São Marcos, um dos pontos mais baixos.

Alheios a esses problemas, hordas de turistas de todas as partes do mundo a visitam – cerca de 50 mil por dia! E o número de habitantes caiu pela metade nos últimos 40 anos. A continuar nesse ritmo, calcula-se que daqui a alguns anos a cidade será ocupada só por turistas…

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Os visitantes se espalham pela cidade, onde os únicos meios de transporte são os “vaporetti” – espécie de ônibus aquático – e  as gôndolas, essas mais usadas para passeios turísticos.

                       A ponte Rialto, a mais antiga sobre o Grande Canal, é lugar obrigatório.

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     E a todo momento encontram-se reflexos da exposição que o Brasil teve na Europa por causa da Copa – mesmo que desejemos esquecê-la.

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sábado, 16 de agosto de 2014

Itália, museu a céu aberto: Trento e San Martino di Castrozza

A caminho de San Martino passamos por Trento, cidade com cerca de 120 mil habitantes, no Tirol italiano. Foi lá que em 1546 houve o Concílio de Trento, o mais famoso da cristandade, quando a cúpula da igreja católica se reuniu, preocupada com a expansão do protestantismo.

A região, que pertencia ao Império Austro-Húngaro até o fim da 1ª Guerra, foi anexada pela Itália como conquista de guerra. Por causa disso, a arquitetura do lugar sofreu alterações, para que se assemelhasse a uma cidade tipicamente italiana. 

Alguns sites de turismo indicam a Piazza del Duomo trentina como uma das mais bonitas da Itália. Fomos conferir.

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Num país de tantas belas praças, difícil escolher a mais bonita. Mas a de Trento, cercada pelos Alpes, tem uma atmosfera interessante. 

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E um chafariz belíssimo.

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Bom programa é tomar spritz num dos bares locais para apreciar o ambiente e a paisagem humana.

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Depois, flanar pelas ruas, sem objetivo específico.

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Subindo o funicular descortina-se vista panorâmica da cidade.

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Um olhar atento aos cartazes nos muros descobre problemas que um turista não imaginaria: convite para um concerto antifascista.

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Outra surpresa foram os jornais com manchetes criativas e muitas páginas sobre o jogo Brasil e Alemanha, ocorrido dias antes.

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San Martino di Castrozza

A vista da janela do hotel em San Martino mostra os Dolomitas, a cadeia de montanhas dos Alpes no norte da Itália que o arquiteto Le Corbusier disse ser  “a mais bela peça de arquitetura do mundo”.

Chamadas, antes do século XIX, de “montanhas pálidas”, pela cor característica das rochas, os Dolomitas são considerados Patrimônio Mundial pela Unesco.

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A graciosa San Martino di Castrozza fica numa região que pertenceu ao Império Austro-Húngaro. A arquitetura da cidade mostra bem as influências desse passado.

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No inverno, o lugar é uma concorrida estação de esqui. E, embora fosse verão, no alto das montanhas ainda havia bastante neve.

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É de onde se pode avistar a cidade num vale entre montanhas.

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No frio verão alpino, muitas flores enfeitam a cidade. E turistas percorrem as ruas.

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Os Dolomitas são onipresentes.

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Nas vitrines, mais uma vez o Brasil: linha de maquiagem Viva Carioca. Em que pese o exagero de cores, boa divulgação do país, efeitos da Copa do Mundo.

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Próxima postagem: Veneza, a Sereníssima

domingo, 3 de agosto de 2014

Itália, museu a céu aberto: Verona e Lago de Garda

Conhecida como a cidade de Romeu e Julieta, Verona, ao que tudo indica, continua cenário de histórias de amor.

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De Romeu e Julieta sabe-se que foi uma lenda, ou talvez uma história com algum fundo de verdade que inspirou escritores e poetas, até que Shakespeare – mesmo sem nunca ter posto os pés em Verona - a imortalizou em fins do século XVI.

Mas os amantes aqui focalizados são reais, e escolheram o adro do Castel San Pietro para namorar, a Piazza delle Erbe para se beijar e a romântica moldura da cidade para se casar.                                                                               247.bx                              

 

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Fundada pelos celtas, depois colônia romana, capital de ducados e colônia de monges beneditinos, Verona é Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em razão da arquitetura e da estrutura urbana.

Para visitar um lugar, o melhor é, no primeiro dia, passear de ônibus de turismo, a fim de conhecer a história, os pontos interessantes - e escolher onde voltar depois, por conta própria. Assim, entre outras informações, ficamos sabendo que a Ponte Pietra foi construída em mármore pelos romanos, em 89 aC, e reconstruída depois de bombardeada na II Guerra. Por isso tem partes de mármore e partes de alvenaria.

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Na Piazza Brà fica a Arena, também obra dos romanos, construída no século I da era cristã.

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A Arena di Verona é o terceiro maior anfiteatro romano do mundo. Está muito bem conservada, é impressionante pensar que tem cerca de dois mil anos.

 

De excelente acústica e capacidade para 30 mil pessoas, recebe concertos, shows de rock e espetáculos de ópera.

 

Pensamos em assistir a Aída, de Verdi, que estava em cartaz, mas desistimos por ser no mesmo dia do afinal trágico jogo Brasil X Alemanha. Pena, pois Aída talvez nos tivesse feito mais felizes…

 

Outros bonitos monumentos são o Castel Vecchio e a ponte Scaligero, no rio Ádige.

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Boa ideia é flanar pelo Centro Histórico. Há muito para ver – e para comprar. A feirinha de artesanato, roupas e presentes na Piazza delle Erbe é um sucesso.

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Programa turístico imprescindível é visitar a casa de Julieta – embora se saiba que o balcão tenha sido construído para dar veracidade à história. Na parede da entrada, bilhetinhos com juras de amor. Há também uma estátua em bronze da personagem, e, não se sabe por que, reza a lenda que dá sorte passar a mão no seio direito da coitada. Por isso, a estátua ficou descorada nesse lugar.

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Atrás da estátua, uma grade cheia de cadeados de enamorados que acreditam que trancar seus amores dá resultado.

 

Como não poderia deixar de ser, lojinhas vendem suvenires inspirados na história dos infelizes amantes.

 

O mais curioso: há na cidade um Clube de Julieta, onde voluntários respondem às cerca de cinco mil cartas que chegam por ano, endereçadas à moça, pedindo orientações para amores complicados. Como se o dela tivesse sido simples…

 

 

 

Passear, tomar spritz – delicioso drinque à base de Aperol e espumante -, observar pessoas: ofício de turista.

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Para finalizar, mais uma vez a comprovação da exposição do Brasil por causa da Copa: à venda, mala e sorvete com as cores da bandeira.

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Lago de Garda e Castelo Scaligero

O lago de Garda, a 42 km de Verona,  é o maior da Itália. Ocupa uma área de 370 km² e tem cinco ilhas. Há várias cidades em sua margem, e uma delas é Sirmione, onde está o Castelo Scaligero.

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          Exemplo raro de fortificação lacustre, o Castelo Scaligero é todo cercado pelo lago, e tem uma ponte levadiça.

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          Dentro dos muros há uma vilazinha, com lojas, restaurantes, sorveterias – e turistas, muitos turistas.

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O Castelo Scaligero é um dos mais bem preservados da Itália. Foi construído no século XIII sobre as ruínas de um forte romano.  

 

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Conta a lenda que há muito tempo lá viviam Ebengardo e sua namorada, Arice. Numa noite de tempestade, o casal deu abrigo a Elaberto, marquês de Feltre.

 

Encantado com a beleza da moça, Elaberto tentou assediá-la. Arice resistiu e foi esfaqueada e morta por ele. Ebengardo, ao ver a  namorada sem vida, apunhalou Elaberto.     

 

Em noites de tempestade, segundo a lenda, a alma de Ebengardo pode ser vista em volta do castelo, procurando por Arice.

 

 

 

Todo castelo que se preza tem um fantasma. Mas no verão, durante o dia e sem tempestade, o que se vê são flores, numa quantidade e colorido que chamam a atenção. Há flores por todo lado.

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    A caminho do castelo, foi impossível resistir a fotografar algo que para nós brasileiros é engraçado.

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Próxima postagem: Trento e San Martino Di Castrozza