Imagem icônica da Capadócia: balões levam turistas para observar do alto as formações geológicas únicas dessa região, coração do Império Hitita antes de 3.000 a.C.
Mais tarde integrada ao Império Persa e em seguida disputada por soberanos gregos, a Capadócia foi província romana em 18 d.C.e importante centro do cristianismo no século IV .
Resquícios dessas civilizações podem ser observados em diversos pontos de uma área de cerca de 15 mil km², embora haja locais com mais interessse para o visitante, como os que visitamos.
O encontro para o passeio aéreo é antes de amanhecer. O céu ainda está avermelhado, e já há muitos balões no ar.
O maçarico para encher os artefatos com ar quente é usado em terra e também durante o voo, cuja altitude vai além de 600 metros.
Em terra podem-se ver de perto as formações geológicas com nomes como Vale da Imaginação e Chaminés das Fadas, cujas pedras têm formas que lembram objetos e animais.
É possível também encontrar as indefectíveis noivas, como a da foto abaixo, que amam as paisagens lunares como cenário de fotos pré-nupciais.
As macias rochas vulcânicas da região foram esculpidas pela erosão durante centenas de séculos. Mas os humanos também deixaram suas marcas, nelas escavando habitações e até igrejas, mosteiros e capelas, muitas com bonitos afrescos. Um antigo monastério, cavado na rocha, depois de abandonado foi usado até como cozinha! Nele há afrescos apagados, deturpados, rabiscados com datas desde 1847. Ou seja, há cerca de um século e meio já havia pessoas sem respeito pelas relíquias arqueológicas.
As cavernas naturais ou artificiais são muitas, algumas habitadas até hoje.
Em Kaymakly fica a mais interessante das cinco cidades subterrâneas abertas ao público. Foi usada pelos cristãos para fugir das perseguições romanas, e mais tarde por outros povos, sempre como refúgio.
Tubos de ventilação, quilômetros de galerias, cozinhas, espaços para armazenagem de alimentos, estábulos, igrejas e locais destinados a moradia compõem esse que é um dos maiores assentamentos subterrâneos da região, cujo interior visitamos. Descemos cerca de 25 metros, o equivalente a cinco andares. Há outros andares mais abaixo, porém fechados ao público.
Junto com os Sítios Rupestres da Capadócia, do qual faz parte, Kaymakly foi declarado Patrimônio Mundial pela Unesco em 1985.
Em Sobesos, local descoberto por escavações arqueológicas em 2002, encontra-se esse bonito chão que, embora pareça tapete, foi feito em mosaico, pedrinha por pedrinha, provavelmente no séc. IV d.C.
Espetáculo à parte são os derviches – ou dervixes – rodopiantes. Trata-se de cerimônia religiosa que consiste numa dança masculina acompanhada de música de flauta e tambores. Como se pode ver abaixo no rápido vídeo feito por Jitman Vibranovski, os dançarinos, com saias brancas rodadas, giram sobre si mesmos, num transe místico.
O vídeo é muito curto, apenas uma pequena amostra. A dança dura bastante, e, após breve pausa, recomeça. Esse ciclo se repete duas ou três vezes.
Outra atração local é a fábrica de cerâmica, onde o turista pode experimentar fazer uma peça, ajudado pelo oleiro.
Jóias artesanais com desenhos originais – o segundo colar abaixo imita a roupa dos derviches – estão à disposição dos visitantes.
As culinárias turca e grega se confundem. As mezédes gregas são as mezés turcas, sempre deliciosas: pequenas porções de petiscos, como folha de uva recheada, pastas de ovas de peixe, de grão de bico, de iogurte e pepino… A lista é extensa.
Almoçamos num tradicional restaurante grego, Old Greek House, de ambiente agradável e comida excelente.
No segundo andar, fotografias de personagens importantes de História turca, com destaque para Ataturk, o fundador da República Turca, que modernizou o país no início do século XX.
Abaixo, à direita, uma curiosidade: estátua de São Jorge dedicada ao humorista brasileiro Chico Anysio, que apoiou a mulher, Malga de Paula, na aproximação que ela fazia entre o Brasil e a Turquia e ajudou a divulgar o país como a terra de São Jorge. Malga trabalhou na pesquisa da novela Salve Jorge, de Glória Perez, cujo sucesso ocasionou uma “invasão “ de brasileiros à Turquia, e em particular à Capadócia - motivo pelo qual não é difícil encontrar guias de turismo que se tornaram fluentes em português para atender à grande massa de visitantes nacionais.
As formações rochosas da Capadócia inspiraram o arquiteto que projetou o hotel onde ficamos, desenhado como as cavernas da região. Um pouco kitsch, mas interessante.
Duas flores turcas: uma rosa do jardim do hotel e a menininha com seu catavento.
QUE BELEZA!
ResponderExcluirO MUNDO PERDEU UMA SENHORA CANTORA (QUE PENA!), MAS GANHOU UMA FOTÓGRAFA DE MÃO CHEIA - CLAUDIA, CIDADÃ DO MUNDO!
BEIJO,
MAURICIO.
Oi, Claudia, tudo bem?
ResponderExcluirQue delícia de passeio. Foi ótimo rever a Capadócia, que eu tanto amei, através de fotos tão lindas!!!!
Parabéns!!
Beijocas,
Angela
Obrigada, Cláudia. Também adorei a Turquia.
ResponderExcluirMinha lista de lugares a conhecer só aumenta com as postagens de Cláudia. Texto e fotos nota 10, como sempre.
ResponderExcluirParabéns Cláudia, vc. me proporcionou um passeio formidável, com belas fotos e relatos importantes.
ResponderExcluirParabéns, Cláudia, como sempre muito bons o relato e as fotos!
ResponderExcluirBeijão!
Ei, essa desconhecida aí sou eu, Telma!
ExcluirPena que, quando visitei a Capadócia na década de 90 não havia balões, para se ver por via aérea, tão bem mostrada por você. No mais, as boas lembranças são muitas. Parabéns pelas fotos e texto! Bruno.
ResponderExcluirOi, agora vi com calma seu blog de viagens.
ResponderExcluirMuito bom. As fotos, excelentes...
Bj grande
B