Creta, com cerca de 8 mil km², é a maior e mais populosa ilha grega, e a quinta maior do Mediterrâneo. Fica a 340 km de Atenas, e, geograficamente, é traço de união entre Europa, Ásia e África. Seus primeiros habitantes vieram provavelmente da Ásia Menor.
Povoada desde o Neolítico – 6 mil anos antes de Cristo -, foi província romana, depois bizantina e mais tarde veneziana. Tornou-se grega só no início do século XX, em 1913.
Lá floresceu a sofisticada civilização minoica, a mais antiga da Europa. O lendário Rei Mino era tido como filho de Zeus e da deusa Europa. Mino II, seu neto, ficou célebre pela lenda segundo a qual sua mulher, Parsifae, apaixonou-se por um touro. Dessa união nasceu o Minotauro, metade homem e metade touro. O rei Mino, então, construiu um labirinto para trancafiá-lo.
Essa lenda é reflexo do culto cretense à figura do touro, onipresente nas manifestações artísticas, religiosas e esportivas dessa civilização. O afresco abaixo exemplifica as competições atléticas em que os jovens praticavam acrobacias no dorso de touros.
Historiadores consideram Minos um título real - assim como faraó no Egito - ou uma dinastia de soberanos cretenses. Daí o nome "civilização minoica".
A ilha tem muitas cidades e atrações. Em Irákleio, a capital, estão as ruínas de Cnossos, o maior palácio-cidade cretense, com cerca de 22 mil m², ruas pavimentadas, mais de mil aposentos de variadas finalidades, guarnecidos de vasos sanitários com descarga e sistema de drenagem de água superior a qualquer outro da antiguidade.
Perto de Cnossos está o Museu Arqueológico, com importante coleção de artefatos minóicos do Neolítico até os tempos romanos. No Museu há uma maquete do Palácio de Cnossos, pela qual se pode observar a magnitude dessa construção.
São visitas complementares e indispensáveis: o Museu Arqueológico e o impactante conjunto de Cnossos.
No Museu encontram-se os originais de afrescos, esculturas e objetos cujas réplicas estão no complexo arqueológico. O Príncipe dos Lírios, abaixo, à direita, é uma delas.
Abaixo, à esquerda, está a peça central do palácio: a Sala do Trono. As paredes são decoradas com a figura do grifo, animal com cabeça de águia, corpo de leão e cauda de serpente, que representava os três mundos - aéreo, terráqueo e subterrâneo -, e as três virtudes de um rei: visão, força e inteligência.
À direita está o vestíbulo da rainha. De decoração delicada, com golfinhos, peixes e rosáceas, o lugar recebeu este nome pela proximidade com o banheiro e o quarto da rainha.
A impressionante sofisticação das pinturas, objetos e esculturas mostra um povo refinado. As vestimentas são originais e não se parecem com as de nenhuma civilização conhecida. As roupas femininas tinham mangas bufantes e cinturas finas, como no afresco das chamadas "Damas azuis".
As esculturas mostram penteados elaborados. Abaixo, ao centro, está a figura maquiada e de cabelos penteados, que pela beleza e graça recebeu a denominação de "Parisiense". À direita, a deusa - ou sacerdotiza - das serpentes, com seios à mostra, saia com superposição de tecidos e uma cobra em cada mão.
A figura do touro é recorrente, como no riton abaixo à esquerda, esculpido em esteatita, com incrustações de cristais de rocha e madrepérola. Data do século XVI a.C e era usado para servir vinho nos rituais. À direita, afresco em alto-relevo.
Muito curioso o conjunto de figuras de Eros, semelhantes a anjinhos da era cristã - embora feitos em 200 a.C.
Impossível evitar adjetivos superlativos para o alto-relevo abaixo, este belíssimo animal alado - um cão? - de expressão altiva.
Os resquícios da civilização minoica não mostram apenas beleza e sofisticação, mas também praticidade: abaixo, peneira, ralador e urna funerária contendo esqueleto.
Os minoicos eram grandes joalheiros, como se pode ver nas peças abaixo, algumas datadas de 2.500 a.C.
Afora essas atrações arqueológicas, Creta não é uma ilha turística típica. Depois das belezas naturais das paradisíacas Paros e Santorini, Irákleio foi decepcionante. É uma cidade grande como outra qualquer, com carros e prédios, embora com resquícios das antigas civilizações, como a fortaleza veneziana no porto.
À noite, iluminada em azul, a Fonte Morosini, construída no séc. XVII, se destaca na zona de pedestres, com cafés e lojas em redor.
Restaurantes e bares atraem moradores e turistas.
A salada grega, com tomate, pepino, cebola e queijo feta, regada pelo azeite da região, tido como o melhor da Grécia, é pedida indispensável. Para acompanhar, pão e azeitonas de todos os tipos, tamanhos e cores. Essas da foto são minúsculas e muito saborosas. No capítulo bebidas, fundamental experimentar Raki, aguardente típica cretense, de alto teor alcoólico.
No mais, é flanar pela cidade onde, segundo a lenda, nasceu Zeus; e, segundo a História, o pintor El Greco - embora na ilha haja apenas uma de suas obras, no Museu Histórico de Irákleio.
Como em várias cidades grandes, há grafismos criativos pelas ruas. Outro modismo é a tatuagem: cartazes anunciavam convenção internacional da prática. Um costume curioso: avisos afixados em árvores, alguns com fotos, convidavam para cerimônias fúnebres.
Encerrando, duas menininhas que visitavam Cnossos com os pais: uma, tímida, esconde o rosto; a outra, extrovertida, faz pose com os óculos lilazes.
Muito bom, Cláudia, excelente texto, ótimas fotos! Que bom é viajar! Next stop: Turquia. Esperando aqui!
ResponderExcluirBeijos
Telma
Muito bacana, Claúdia, como eles eram sofisticados. Quem sabe uma hora vou lá.
ResponderExcluirBjs,
Rose
Beleza!
ResponderExcluirBjs
AT
Bacana, Cláudia! Beijos
ResponderExcluirAcabei de ver Creta. Vc é capaz de valorizar tudo através de suas fotos. Parabéns Claudia. Bjs Léa
ResponderExcluirOi, Claudia!
ResponderExcluirQue beleza de registro, que lindas fotos!
E de novo, né?
PARABÉNS!
E obrigado por nos proporcionar essa viagem...
Bjs, Mauricio Murad.
Claudia
ResponderExcluirObrigada. Adorei. Um dia irei a Grécia ver pessoalmente estas maravilhas.
Bjs,
Susan
Muito boas as fotos ilustrando as informações históricas sobre a civilização minóica. E também sobre curiosidades, comidas e bebidas típicas da ilha.
ResponderExcluirParabéns outra vez!
Bruno.