Thomas Mann a chamou “a mais inverossímil das cidades”. Construída a partir do século V sobre aterros ligando centenas de ilhotas numa laguna do mar Adriático, a originalidade e a beleza da antiga República Sereníssima de Veneza impactam fortemente o visitante.
A cidade ultrapassa a capacidade imaginativa do sonhador mais fantasioso, escreveu Charles Dickens. Basta saber que os palácios e demais construções se apoiam em pilares de madeira, ali colocados há séculos, e que não apodrecem porque não têm contato com o ar.
Pensar que aquelas magníficas construções estão há centenas de anos apoiadas em toras de madeira é mesmo inverossímil, como disse o autor de “A montanha mágica”.
O rendilhado da arquitetura do Palácio dos Doges, na Praça de São Marcos, é uma bela amostra do gótico veneziano.
Na Praça de São Marcos há muito para ser visto, como a Torre do Relógio, o Palácio Ducal e a Basílica de São Marcos. Se quiser conhecê-los por dentro, atente ao horário de funcionamento.
É na praça - onde também fica a coluna do Leão Alado, símbolo da cidade - que os turistas se reúnem. Em quantidades espantosas.
Lá é onde, à noite, tudo acontece. Há bares com mesas ao ar livre e música ao vivo, e a atmosfera romântica da cidade se acentua.
A lua cheia ilumina as gôndolas atracadas… … e as pontes sobre os canais.
Mas tanta beleza e romantismo estão ameaçados. Especialistas afirmam que a cidade está afundando cerca de dois milímetros por ano. Outro perigo é o aquecimento global, que eleva o nível dos oceanos. Além disso, Veneza sente periodicamente os efeitos da “acqua alta”, marés que inundam partes da cidade – especialmente a Praça de São Marcos, um dos pontos mais baixos.
Alheios a esses problemas, hordas de turistas de todas as partes do mundo a visitam – cerca de 50 mil por dia! E o número de habitantes caiu pela metade nos últimos 40 anos. A continuar nesse ritmo, calcula-se que daqui a alguns anos a cidade será ocupada só por turistas…
Os visitantes se espalham pela cidade, onde os únicos meios de transporte são os “vaporetti” – espécie de ônibus aquático – e as gôndolas, essas mais usadas para passeios turísticos.
A ponte Rialto, a mais antiga sobre o Grande Canal, é lugar obrigatório.
E a todo momento encontram-se reflexos da exposição que o Brasil teve na Europa por causa da Copa – mesmo que desejemos esquecê-la.