Embora deslumbrantes, os tons terrosos de Florença ao pôr-do-sol não é o que há de mais belo na cidade. Turistas do mundo inteiro sabem disso, e lotam as ruas, praças, museus, mercados e restaurantes da joia da Toscana, terra dos Medici e berço do Renascimento.
Os museus, igrejas, capelas e demais atrações são muitos, com incontáveis obras de artistas como Michelangelo, Leonardo da Vinci, Ticiano, Giotto, Rafael, Piero della Francesca, Caravaggio… A lista é extensa.
Extensas também são as filas, e às vezes é difícil admirar as obras sem várias pessoas ao lado – e à frente - fazendo o mesmo.
Mesmo assim, vale a pena tentar chegar perto de toda aquela beleza. É uma oportunidade única.
A arquitetura da cidade é um capítulo à parte, e no calor intenso do verão as margens do Rio Arno, perto da Ponte Vecchio, recebem quem quer se refrescar.
A paisagem humana também chama a atenção.
Mas nada se compara ao deslumbramento do Duomo, construído em mármore branco e verde e com uma cúpula monumental.
Lugar charmoso e animado é o espaço etílico-gastronômico do Mercado Central, onde assistimos ao jogo Brasil x Colômbia. Ao nosso lado, por coincidência, uma mesa ocupada por colombianos.
Algumas pessoas torciam pelo Brasil. Entre elas, dois naturais de Bangladesh, que vieram nos cumprimentar na hora dos gols e no final da partida. Um deles, apaixonado pelo futebol brasileiro, fez questão de nos mostrar o celular enfeitado com a bandeira verde e amarela.
Mesmo depois da eliminação da Itália, os telões do Mercado Central exibiam os jogos.
Bandeiras dos países participantes estavam penduradas nas paredes, e uma bandinha de música percorria os corredores.
No restante da cidade, em vários lugares havia alusões ao Brasil. Por causa da Copa do Mundo, a exposição foi intensa, e o resultado é que o país está na moda.
San Gimignano
Encarapitada no alto de uma montanha, a pouco menos de 60 km de Florença, fica a graciosa San Gimignano, a cidade das torres.
A cidade se desenvolveu a partir do século X. As torres, construídas nos séculos XII e XIII como símbolo do poderio político e econômico das duas famílias rivais que controlavam o lugar, também serviam de habitação. Havia 72 dessas casas-torres; hoje restam 14.
Conhecida como San Gimignano delle Belle Torri, a cidade medieval murada foi restaurada a partir do século XIX, e tornou-se Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1990.
Ultrapassada a entrada da muralha, um longo corredor, cheio de lojinhas, desemboca na grande Piazza del Duomo.
É lá que se reúnem os turistas. Senhores, moradores do local, colocam cadeiras para melhor apreciar o espetáculo da paisagem humana.
Obras-primas da arte italiana dos séculos XIV e XV podem ser vistas, especialmente na catedral. Mas é sobretudo a originalidade das torres que encanta os visitantes.
No mais, é flanar pelas ruelas e praças, tomar os famosos gelati – sorvetes – ou almoçar numa das tratorias. Escolhemos a Chiribiri, escondida numa ruazinha logo na entrada da cidade, e não nos arrependemos. Mas há muitas opções.
Foi interessante observar, mais uma vez, a exposição que o Brasil teve por causa do Mundial: a bandeira brasileira, ao lado da italiana, enfeitava a porta de um restaurante.
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